Crônica de um coração partido
Coração partido é uma sensação estranha. Não é algo que eu tenha experimentado muitas vezes na vida, mas, nas poucas vezes que senti, detestei. Se você parar para pensar, é uma dor imaginária. Uma dor pelas expectativas que você criou, pela história que inventou e que o universo, teimosamente, se recusou a seguir.
É a paixão que não deu certo, a pessoa que não te quis, o emprego que não aconteceu ou a ofensa que você ouviu sem merecer. É a confiança quebrada. Percebe que são coisas que você não pode controlar? Corações se partem por não poder ter o que querem. Pura birra. É a dor de uma criança mimada que não sabe ouvir “não” da vida.
Não estou aqui para diminuir a dor de um coração partido. De maneira alguma. Eu mesma estou com meu coração em pedaços agora e posso atestar que é uma dor física! Gela meus ossos e me faz chorar quietinha, no cantinho, morrendo de vergonha por estar sinceramente triste por uma bobeira.
Mas a gente não controla a intensidade dessa dor ou o motivo. Eu, com minha mania de ariana desapegada, sofro ainda mais. Quando a dor vem, é com tudo, parece que quebra o coração e todos os órgãos no processo.
Dói. Essa merda dói.
Cada um lida com a dor do jeito que pode. Eu geralmente apelo para o combo sexo, atividades físicas e beber mais do que deveria. Saudável? Não! Mas, além de estar sofrendo, preciso pensar na saúde? Claro que não.
E sabe o que é pior? A sensação de que nunca vai passar. Eventualmente passa, a gente sabe, tudo passa. Mas o agora é um buraco negro gigante que suga toda a possibilidade de estar feliz.
Eu vou ficar bem, não tem outra alternativa. É só uma quebrada de leve, totalmente culpa minha e das minhas expectativas. Mas é inevitável não me sentir uma boba por sofrer por tão pouco.
Então aqui estou, choramingando no meu canto, tentando juntar os pedaço e rindo um pouco de mim mesma. Sei que vou me recompor. Vou encontrar outra expectativa para criar, outra história para inventar, e o universo, gentilmente, vai me ignorar de novo. E a vida continua. Porque, se tem uma coisa que a gente aprende com um coração partido, é que ele pode até rachar, mas não para de bater.
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